A biografia do Carlinhos Niehues
está disponível no site da Amazon Kindle,
em versão de livro digital
CARLINHOS NIEHUES
quarta-feira, 15 de maio de 2024
Biografia disponível na Amazon Kindle
quinta-feira, 29 de maio de 2014
20 anos sem Carlinhos Niehues
Daqui 6 meses, mais precisamente no dia 18 de novembro completam-se 20 anos sem Carlinhos Niehues. O músico itajaiense perdeu a vida em um acidente de carro em Florianópolis no dia seguinte ao seu aniversário.
terça-feira, 29 de outubro de 2013
terça-feira, 12 de março de 2013
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Ele também foi professor
Além de seu talento musical, Carlinhos tinha muito jeito para ensinar. Por isso, juntamente com Arnou de Melo e Carlos Cória, monta, em abril de 1992, o primeiro instituto de música popular do estado de Santa Catarina.
Simpaticamente batizado de Dr. Muzik, fora instalado no edifício redondo, bem no centro de
Itajaí. Músicos de renome da região iam até lá só para ter aulas com Carlos. O curso, baseado no estilo do M.I., teria duração de nove meses. Seu currículo incluía: técnicas de postura cênica, de entonação vocal, de como se portar ao microfone, bibliografias, oficinas, treinos de ouvido, rock, blues, seminários e muito mais.
* * *
O estudante de jornalismo Cristiano Lima foi assistir ao show da banda 4ª Redenção só para ver quem era o tal guitarrista Carlos Niehues. Cris, estava montando a banda Estatura Mediana com uns amigos da universidade e sentia necessidade de aprimorar sua técnica, tanto no violão quanto na guitarra.
Várias pessoas já haviam lhe dito que Niehues era “o cara” e que acabara de chegar dos Estados Unidos com uma técnica incrível, adquirida no Musicians Institute. Realmente, aquele magrelo, meio calvo, tocava de um jeito muito próprio, Cris estava impressionado. Dias depois, decide ir ao recém-inaugurado Instituto Dr. Muzik matricular-se nas aulas do músico. A primeira impressão em relação ao professor foi muito boa.
Ao entrar na sala de aula, depara-se com seus dois companheiros de turma. Carlinhos ministrava aulas
para um máximo de três alunos por vez. “Eu lembro dele”, descreve Cristiano, “como um cara bem sereno, muito calmo, que falava baixo. Ele explicava muito bem, com muita tranqüilidade. Às vezes ele
tinha uma ‘pira’, enlouquecia, uma coisa de músico mesmo. Nos dava exercícios para estudar em casa, aí quando chegávamos na aula, ele dizia: ‘você faz uma harmonia assim, você faz outra assim, agora todo mundo solando!’. E isso, dentro da música, é uma coisa absurda, mas com ele dava certo”.
A escola teve vida curta, pouco mais de um ano. Em 93, Carlos tira a escola do centro de Itajaí, mas continua dando aulas em casa. Mais do que um professor, ele era um mestre. Comprometido com a profissionalização de seus discípulos, transmitia-lhes também habilidades como produção de shows, visualização mental da música, e, óbvio, negociação com donos de bar. Além disso, acompanhava
sorrateiramente o desenvolvimento profissional de seus alunos.
Por algumas vezes, surpreendeu Cris Lima, que já se apresentava profissionalmente em bares. Na época, o discípulo de Niehues tocava no bar Estação Final, na Barra Sul, em Balneário Camboriú. Carlinhos assistia sua performance posicionado estrategicamente no canto escuro do bar.
Acabado o show, Carlinhos aparecia para avaliar a apresentação. “Você usou muito bem aquela técnica que vimos na aula passada, mas no andamento tal, você poderia ter feito diferente”, criticava o mestre positivamente. Cris, entre o susto e o orgulho que sentia em ter seu trabalho elogiado, mal conseguia responder a Carlinhos.
****
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Curiosidades
Sempre brinco que a pessoa que mais me ajudou com a biografia de Carlinhos Niehues foi ele próprio. Organizado, ele mantinha uma pasta com a clipagem de tudo que era publicado sobre ele na imprensa.
Além de desenhos rabiscados em guardanapos, letras de música manuscritas em papel sulfite.
A mãe dele, a encantadora dona Wilma, ficou com este material e gentilmente me emprestou.
Tenho muito carinho por essa família e por essa história que se mesclou a minha própria.
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Nosso primeiro encontro
Sempre me emociono quando conto às pessoas como conheci o trabalho do Niehues. Foi quase por acaso. Por volta de 1996, 1997. Eu cantava em um coral e um dia fomos ao Pavilhão da Marejada, em Itajaí, para ouvir o lançamento de um CD que reuniu diversos corais da cidade.
Sob regência de Normélio Weber, o Coral da Univali cantou a música Ares de Verão. Foi lindo. Óbvio que comprei o CD na busca por conhecer quem teria composto uma canção tão verdadeira.
Não encontrava nada. A internet não era tão popular há cerca de 15 anos. Bom, tempos depois um amigo me contou que tinha o CD Diamante e me emprestou. Admirei ainda mais o trabalho de Niehues, mas ainda sem saber nada sobre sua pessoa.
O tempo passou. Entrei para a universidade e em 2002 me deparei com a escolha do tema para meu TCC. Nem lembro como foi, mas em dado momento me veio à mente fazer algo sobre Carlinhos Niehues, escrever sua biografia.
E assim, foi. Mas isso é tema para um outro post.
Sob regência de Normélio Weber, o Coral da Univali cantou a música Ares de Verão. Foi lindo. Óbvio que comprei o CD na busca por conhecer quem teria composto uma canção tão verdadeira.
Não encontrava nada. A internet não era tão popular há cerca de 15 anos. Bom, tempos depois um amigo me contou que tinha o CD Diamante e me emprestou. Admirei ainda mais o trabalho de Niehues, mas ainda sem saber nada sobre sua pessoa.
O tempo passou. Entrei para a universidade e em 2002 me deparei com a escolha do tema para meu TCC. Nem lembro como foi, mas em dado momento me veio à mente fazer algo sobre Carlinhos Niehues, escrever sua biografia.
E assim, foi. Mas isso é tema para um outro post.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Empty Sunday
“A história da música Empty Sunday se resume assim: na época em que morei nos EUA, quase todos os dias passava por mim um rapaz e me cumprimentava. Foi assim por alguns meses, até que o camarada desapareceu. Muito tempo depois, num domingo, eu saía de um supermercado com a Aninha, já colocava as compras no carro quando um sujeito se aproximou. Ele me chamou a atenção por que estava todo maltrapilho, cheirando mal. Veio pedir dinheiro. Pude reconhecer perfeitamente, ele era o camarada que sempre me dizia oi. Cheguei em casa com aquele sentimento de vazio, não conseguia parar de pensar. Há pouco tempo, a gente era jovem, estava inteiro e agora assim, acabado. Peguei o violão e começaram a sair as notas tristes da canção...”
depoimento de Carlinhos Niehues durante show Antigo Lugar” em 1993 no Teatro Adelaide Konder
terça-feira, 3 de julho de 2012
Livro: O Antigo lugar de Carlinhos Niehues
Resolvi compartilhar na íntegra, a biografia de Carlinhos Niehues,
que escrevi em 2004 como trabalho de conclusão do curso de Jornalismo.
Tenho muito orgulho deste trabalho.
Por isso, se você tiver curiosidade para ler, fique à vontade para fazer o download.
Se precisar utilizar algum trecho, pode reproduzi-lo, mas faça a gentileza de citar a fonte.
Clique aqui, para baixar o PDF.
que escrevi em 2004 como trabalho de conclusão do curso de Jornalismo.
Tenho muito orgulho deste trabalho.
Por isso, se você tiver curiosidade para ler, fique à vontade para fazer o download.
Se precisar utilizar algum trecho, pode reproduzi-lo, mas faça a gentileza de citar a fonte.
Clique aqui, para baixar o PDF.
Pé de Moleque
Machuquei meu pé
Quando caminhava descalço
no encalço
Das pedras raras do muro de Berlim
Quando caminhava descalço
no encalço
Das pedras raras do muro de Berlim
Espetei meu pé
Quando partilhava da dança - esperança
Das cores rars "Mandela - Marfim"
Quando partilhava da dança - esperança
Das cores rars "Mandela - Marfim"
Sobre o piso de pelúcia
Passos leves de camurça
Sapatinhos de Imelda Marcos
Carrapatos, Carapuça
Passos leves de camurça
Sapatinhos de Imelda Marcos
Carrapatos, Carapuça
Vai pra Meca, vai pra Roma
Vai pra longe o velho monge
Tão careca de tanto rezar
Pela paz… Tanto faz
Em que língua vai querer rimar
Vai pra longe o velho monge
Tão careca de tanto rezar
Pela paz… Tanto faz
Em que língua vai querer rimar
Na arena os leões
São dragões aço
Que abusam do espaço dourado do paço
de El Salvador
São dragões aço
Que abusam do espaço dourado do paço
de El Salvador
E no ar ligeira
Águia estrangeira que parte do norte
Vem mudar a sorte…
Presas de isopor
Águia estrangeira que parte do norte
Vem mudar a sorte…
Presas de isopor
Sobre a aerie movediça
Herculóide de bobiça
Leva o mundo sobre os ombros
Mambos, tombos, tangos e malícia
Mas só se pisa no mundo
Se os pés deixarem marcas
De um retorno mais profundo…
Pela paz…
Tanto faz
Em que língua vai querer rimar
Herculóide de bobiça
Leva o mundo sobre os ombros
Mambos, tombos, tangos e malícia
Mas só se pisa no mundo
Se os pés deixarem marcas
De um retorno mais profundo…
Pela paz…
Tanto faz
Em que língua vai querer rimar
Letra de música : Season Of The Sun
The Season of rain, always invites me
With cotton candy clouds white the sky
And rain is sweet in the season
And if star flies, right through the sky
Its fight with desire, passion and hope it flies
with wings of a dove
With mighty wings
Such are the moments of my life
And rain is sweet in the season
And if star flies, right through the sky
Its fight with desire, passion and hope it flies
with wings of a dove
With mighty wings
Such are the moments of my life
These images complete our circle in peace
No lovers, daggers, no words of rage
can destroy our dream,
We're fighting with time, that's how it should be
Inventing ways to ease the pain to dance,
To dance in the rain, children of joy again
Forever and away
No lovers, daggers, no words of rage
can destroy our dream,
We're fighting with time, that's how it should be
Inventing ways to ease the pain to dance,
To dance in the rain, children of joy again
Forever and away
It is enough to want to be here
Is there no light? That is good
Our love, our pearl will shine
Spending the night with stars and moon
That is all right
Is there no light? That is good
Our love, our pearl will shine
Spending the night with stars and moon
That is all right
Ouça Aqui:
sábado, 21 de maio de 2011
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Diamante e Antigo Lugar
Carlos gravou apenas um disco (na verdade era fita cassete). Antigo Lugar foi produzido em Los Angeles. O músico teve oportunidade de apresentar este show, em 1993, no anfiteatro da Univali.
Já o álbum Diamante é fruto da dedicação de Aninha, que resgatou gravações do marido. Este álbum contou com participação de Dori Caymmi.
(Ah… o meu Diamante pegou enchente coitado, mas ainda toca muito bem, obrigada).
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Ares de Verão no Site MP3 Hunting
Ao digitar descompromissadamente o nome de Carlos Niehues no Google, encontrei este site que disponibiliza a música Ares de Verão para ouvir ou baixar. Um verdadeiro símbolo de Itajaí.
Ps. Pirataria é crime. Ouça e se gostar vá atrás dos discos. Se uma música é boa vale a pena o investimento. Ainda mais quando se trata do Niehues, onde o que vale é curtir o álbum inteiro.
Ps. Pirataria é crime. Ouça e se gostar vá atrás dos discos. Se uma música é boa vale a pena o investimento. Ainda mais quando se trata do Niehues, onde o que vale é curtir o álbum inteiro.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Amigos em Los Angeles
Na época em que Carlos foi estudar música em Los Angeles, acompanhado de sua esposa e Musa Aninha, por um período dividiu apartamento com outro talentoso casal: Louise Lucena e Peninha.
Segue mais um trecho da história:
Segue mais um trecho da história:
* * *
O reencontro foi uma grande festa, era quase com estar de volta à Itajaí! Louise e Peninha recém-chegados de Nova York passaram a morar junto com Carlinhos, Aninha e Arnou de Melo. “Ele adorava o meu feijão”, lembra a cantora. Passado algum tempo, o irmão caçula de Carlinhos une-se ao grupo. Cassiano também se vira como pode e chega a participar da dublagem de um documentário sobre a Amazônia, durante o período que ficou em Los Angeles.
Como todo o brasileiro no exterior, um dia a saudade bateu. O jeito foi apelar para as tradições na tentativa de diminuí-la. Uma das soluções encontradas pelo pessoal era fazer o tradicional churrasco gaúcho. Os vizinhos americanos ficavam com água na boca, nunca tinham visto um churrasco assim.
Mais dos que amigos morando juntos no exterior, ali estavam irmãos, que dividiam tudo e viviam as mesmas experiências.
“Nos Estados Unidos eu e o Carlinhos tínhamos carros iguais, da marca Honda”, contou Peninha. “A única diferença era que o meu não tinha manual e o dele tinha. Um dia deu um problema no meu carro e eu abri o motor para tentar descobrir o que havia acontecido. Então o Carlinhos, um cara meticuloso, disse: ‘Peninha, não mexe em nada que eu vou buscar o manual”.
“Ele foi, enquanto isso eu desparafusei uma peça que me pareceu estar falhada. Quando ele voltou, foi logo avisando: ‘Cara, tu podes retirar qualquer peça, menos essa daqui’ e apontava para o manual. Tarde demais, a tal peça já estava na minha mão e o carro teve que ser rebocado”.
Como todo o brasileiro no exterior, um dia a saudade bateu. O jeito foi apelar para as tradições na tentativa de diminuí-la. Uma das soluções encontradas pelo pessoal era fazer o tradicional churrasco gaúcho. Os vizinhos americanos ficavam com água na boca, nunca tinham visto um churrasco assim.
Mais dos que amigos morando juntos no exterior, ali estavam irmãos, que dividiam tudo e viviam as mesmas experiências.
“Nos Estados Unidos eu e o Carlinhos tínhamos carros iguais, da marca Honda”, contou Peninha. “A única diferença era que o meu não tinha manual e o dele tinha. Um dia deu um problema no meu carro e eu abri o motor para tentar descobrir o que havia acontecido. Então o Carlinhos, um cara meticuloso, disse: ‘Peninha, não mexe em nada que eu vou buscar o manual”.
“Ele foi, enquanto isso eu desparafusei uma peça que me pareceu estar falhada. Quando ele voltou, foi logo avisando: ‘Cara, tu podes retirar qualquer peça, menos essa daqui’ e apontava para o manual. Tarde demais, a tal peça já estava na minha mão e o carro teve que ser rebocado”.
Ausência
Um dia após comemorar seu aniversário, Carlinhos nos deixou órfãos de seu talento e genialidade. Faz 16 anos…
Hoje a irmã de Carlos, comentou a alegria de ver no Jornal do Almoço (Lages) a cantora Louise Lucena lançando seu CD Roteiro das Águas, que traz várias músicas Carlinhos.
Louise é um grande divulgadora do talento de Niehues.
Hoje a irmã de Carlos, comentou a alegria de ver no Jornal do Almoço (Lages) a cantora Louise Lucena lançando seu CD Roteiro das Águas, que traz várias músicas Carlinhos.
Louise é um grande divulgadora do talento de Niehues.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Uma noite fantástica
Se estivesse vivo, Carlinhos completaria hoje, 53 anos de vida. Para homenageá-lo, compartilho um trecho do livro-reportagem biográfico que tive a honra de escrever sobre ele:
No caso de Carlinhos, santo de casa mostrava os primeiros milagres. Sua presença frequente em programas da rede RBS, como o Sul em Canto, Nossos Músicos e de sua participação no CD Ilha de todos os sons, lhe renderam um convite para compor um jingle em comemoração aos 15 anos do Jornal do Almoço.
Assim, por encomenda, nasceu o rap “Comunicação”, última composição do músico, que une ritmo e melodia a grooves bem definidos, típicos do funk. Paralelo a esse trabalho, Carlinhos recebeu um convite para participar de uma Jam Session Especial que festejaria os 10 anos da rádio Itapema FM em Florianópolis. O show estava marcado para quinta-feira, 17 de novembro. Em meio a tantas comemorações, casualmente a festa da rádio aconteceria no dia do aniversário de Carlinhos, quando completaria 37 anos.
As Jams Sessions na capital já aconteciam com certa frequência naquela época. Criados nos Estados Unidos, esses eventos nasceram do encontro de músicos que, depois do trabalho em casas de shows ou bares, reuniam-se em outro local para tocar por prazer. Nas Jams originais, quem quisesse podia subir no palco para tocar. Dessa mistura de músicos e estilos nasceu o termo Jam, que em inglês quer dizer geléia. Há também quem garanta que Jam é a sigla para Jazz after midnight.
Dirigidas pelo músico Guinha Ramirez, as geléias musicais da capital eram patrocinadas pela Itapema FM. O diretor costumava convidar alguns músicos de Itajaí sempre que elas aconteciam. Figuras como Louise Lucena, Peninha, Daniel Monteiro, Arnou de Melo, além do próprio Niehues, já eram presenças conhecidas. Os shows aconteciam no bar Latitude 27, situado no alto do morro da Praia Mole. Um local ermo, com uma bela vista para a Lagoa da Conceição.
O casal Louise e Peninha não participou da festa naquela noite. Eles ficaram em Itajaí preparando-se para o show que fariam em Lages no mesmo fim de semana. Por isso, Carlinhos decidiu ir até a casa deles para despedir-se e ganhar abraços adiantados de feliz aniversário. Os votos de felicidade deixaram Louise muito emocionada, porque tinham “ares de despedida”.
Aquela noite prometia ser fantástica. E foi. Carlinhos, ao lado do cunhado e amigo Arnou de Melo, arrasou. “Era aniversário dele e a gente tocou junto a noite inteira! Fizemos um som legal. Quebramos tudo! Fizemos todos os sons, todos os solos! Foi uma noite linda, regada somente à música instrumental!”, relembra com saudades.
Além de parentes e amigos, os dois eram parceiros musicais. Juntos podiam experimentar novos sons, descobrir novos acordes, ousar. A geléia que faziam, no palco ou fora dele, funcionava. O entrosamento entre eles era tão perfeito que não precisavam olhar um para o outro ao tocar.
Pela maneira que um dava andamento à música, outro já sabia como acompanhar. Carlinhos buscava desvendar os mistérios da música e encontrava em Arnou o parceiro certo para isso.
Enquanto o palco pegava fogo com a performance dos dois, fora dele o público também vibrava com a música. Inclusive as irmãs Aninha e Lélia, esposas de Carlos e Arnou respectivamente. A festa foi extraordinária, especialmente para Aninha que havia se reconciliado recentemente com Carlinhos após um período de separação.
Antes de a festa acabar, por volta das três da manhã, Arnou, Lélia e Aninha resolveram voltar para Itajaí. No dia seguinte, Arnou iria para Lages, tocar com Louise, Peninha e Daniel Monteiro. Carlinhos abraçou Arnou... Abraçou Lélia... E ao se despedir de Aninha falou emocionado:
“Eu nunca deveria ter me separado de ti porque eu te amo pra caramba”.
Aninha entrou no carro do cunhado e do banco de trás pôde ver Carlinhos sorrindo, abanando para ela, mostrando o presente que acabara de ganhar de um amigo. A alegria dele naquele momento se traduziu em desespero para ela. Uma sensação de abandono a invadiu e foi impossível conter as lágrimas de um choro quase convulsivo.
“Calma – disse Lélia na tentativa de consolar a irmã – , amanhã ele já vai estar em Itajaí”.
* * *
A rota Itajaí-Florianópolis já não era mais novidade para o músico Carlinhos Niehues. Apesar de morar em Itajaí, era na capital que encontrava as melhores oportunidades de trabalho. Tanta ida e vinda na BR-101, numa época em que duplicação era um projeto improvável, deixava a família com o coração na boca de preocupação. Mas sua carreira estava mesmo firmando-se por lá e a família teria que se acostumar ao vai-e-vem. Até porque não era muito comum, naquela época, os músicos locais terem seu talento reconhecido, por isso ele não poderia deixar a oportunidade passar.No caso de Carlinhos, santo de casa mostrava os primeiros milagres. Sua presença frequente em programas da rede RBS, como o Sul em Canto, Nossos Músicos e de sua participação no CD Ilha de todos os sons, lhe renderam um convite para compor um jingle em comemoração aos 15 anos do Jornal do Almoço.
Assim, por encomenda, nasceu o rap “Comunicação”, última composição do músico, que une ritmo e melodia a grooves bem definidos, típicos do funk. Paralelo a esse trabalho, Carlinhos recebeu um convite para participar de uma Jam Session Especial que festejaria os 10 anos da rádio Itapema FM em Florianópolis. O show estava marcado para quinta-feira, 17 de novembro. Em meio a tantas comemorações, casualmente a festa da rádio aconteceria no dia do aniversário de Carlinhos, quando completaria 37 anos.
As Jams Sessions na capital já aconteciam com certa frequência naquela época. Criados nos Estados Unidos, esses eventos nasceram do encontro de músicos que, depois do trabalho em casas de shows ou bares, reuniam-se em outro local para tocar por prazer. Nas Jams originais, quem quisesse podia subir no palco para tocar. Dessa mistura de músicos e estilos nasceu o termo Jam, que em inglês quer dizer geléia. Há também quem garanta que Jam é a sigla para Jazz after midnight.
Dirigidas pelo músico Guinha Ramirez, as geléias musicais da capital eram patrocinadas pela Itapema FM. O diretor costumava convidar alguns músicos de Itajaí sempre que elas aconteciam. Figuras como Louise Lucena, Peninha, Daniel Monteiro, Arnou de Melo, além do próprio Niehues, já eram presenças conhecidas. Os shows aconteciam no bar Latitude 27, situado no alto do morro da Praia Mole. Um local ermo, com uma bela vista para a Lagoa da Conceição.
O casal Louise e Peninha não participou da festa naquela noite. Eles ficaram em Itajaí preparando-se para o show que fariam em Lages no mesmo fim de semana. Por isso, Carlinhos decidiu ir até a casa deles para despedir-se e ganhar abraços adiantados de feliz aniversário. Os votos de felicidade deixaram Louise muito emocionada, porque tinham “ares de despedida”.
Aquela noite prometia ser fantástica. E foi. Carlinhos, ao lado do cunhado e amigo Arnou de Melo, arrasou. “Era aniversário dele e a gente tocou junto a noite inteira! Fizemos um som legal. Quebramos tudo! Fizemos todos os sons, todos os solos! Foi uma noite linda, regada somente à música instrumental!”, relembra com saudades.
Além de parentes e amigos, os dois eram parceiros musicais. Juntos podiam experimentar novos sons, descobrir novos acordes, ousar. A geléia que faziam, no palco ou fora dele, funcionava. O entrosamento entre eles era tão perfeito que não precisavam olhar um para o outro ao tocar.
Pela maneira que um dava andamento à música, outro já sabia como acompanhar. Carlinhos buscava desvendar os mistérios da música e encontrava em Arnou o parceiro certo para isso.
Enquanto o palco pegava fogo com a performance dos dois, fora dele o público também vibrava com a música. Inclusive as irmãs Aninha e Lélia, esposas de Carlos e Arnou respectivamente. A festa foi extraordinária, especialmente para Aninha que havia se reconciliado recentemente com Carlinhos após um período de separação.
Antes de a festa acabar, por volta das três da manhã, Arnou, Lélia e Aninha resolveram voltar para Itajaí. No dia seguinte, Arnou iria para Lages, tocar com Louise, Peninha e Daniel Monteiro. Carlinhos abraçou Arnou... Abraçou Lélia... E ao se despedir de Aninha falou emocionado:
“Eu nunca deveria ter me separado de ti porque eu te amo pra caramba”.
Aninha entrou no carro do cunhado e do banco de trás pôde ver Carlinhos sorrindo, abanando para ela, mostrando o presente que acabara de ganhar de um amigo. A alegria dele naquele momento se traduziu em desespero para ela. Uma sensação de abandono a invadiu e foi impossível conter as lágrimas de um choro quase convulsivo.
“Calma – disse Lélia na tentativa de consolar a irmã – , amanhã ele já vai estar em Itajaí”.
Hoje é aniversário de Carlos Niehues
"A ousadia traz em si o gênio, o poder e a magia, mas só o comprometimento de fato, é que faz as coisas acontecerem." Goethe
Hoje Carlos Niehues estaria completando mais um aniversário. Fica a lembrança, o carinho por sua obra e por tudo que ele representa para a cultura de Itajaí.
Muitos dos que hoje seguem seus passos na música, muitas vezes não se dão conta de tudo que ele conquistou.
Fica seu legado, sua história e nosso comprometimento em levar adiante sua memória.
Hoje Carlos Niehues estaria completando mais um aniversário. Fica a lembrança, o carinho por sua obra e por tudo que ele representa para a cultura de Itajaí.
Muitos dos que hoje seguem seus passos na música, muitas vezes não se dão conta de tudo que ele conquistou.
Fica seu legado, sua história e nosso comprometimento em levar adiante sua memória.
terça-feira, 12 de maio de 2009
terça-feira, 10 de março de 2009
ARNOU DE MELO LANÇA CD FANTASIA
A microturnê inicia em Itajaí no dia 17 de março. Depois de mais de 40 anos de carreira, o grande parceiro e cunhado de Carlinhos Niehues, o instrumentista Arnou de Melo (Itajaí) vai lançar seu primeiro disco.
Em Itajaí, 17 de março, às 20h no Teatro Municipal de Itajaí
Joinville, 18 de março, no Liverpool Snooker Pub
Florianópolis, 19 de março, na casa de show Vecchio Giorgio
Músicos:Cássio Moura (guitarra), Daniel Montero (violão), Edinho Santana (piano), Evandro Hasse (metais), Mário Jr. (bateria) e Rubens Azevedo (saxofones).
Convidado especial: Luiz Meira
Arnou de Melo estudou no Musician Institute, uma conceituada escola que tem professores ilustres como Eric Clapton, onde fez formação em contrabaixo. Foi homenageado como melhor aluno da turma naquele ano (vou verificar o ano certo e posto aqui) e ganhou como prêmio uma visita à fábrica da Fender com direito a escolher qualquer instrumento. Ele escolheu um baixo.
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Letra de Música
Amanhecer
De dia partirei
Sete dias sem parar, por aí
Pra ver o sol se pôr
Em outro lugar
Meu ponto de partida
É uma questão de vida e eu
Só saberei viver se estiver por lá
Encharcar de suor a minha história
E fazer das tripas coração
Conviver com marés e pés de vento
E ver no que vai dar
Todo momento vale o risco
De buscar a paz que me fará
Anoitecer pra ter um brilho
No olhar ao acordar no ventre da manhã
De dia partirei
Sete dias sem parar, por aí
Pra ver o sol se pôr
Em outro lugar
Meu ponto de partida
É uma questão de vida e eu
Só saberei viver se estiver por lá
Encharcar de suor a minha história
E fazer das tripas coração
Conviver com marés e pés de vento
E ver no que vai dar
Todo momento vale o risco
De buscar a paz que me fará
Anoitecer pra ter um brilho
No olhar ao acordar no ventre da manhã
De dia partirei
Sete dias sem parar, por aí
Pra ver o sol se pôr
Em outro lugar
Meu ponto de partida
É uma questão de vida e eu
Só saberei viver se estiver por lá
Encharcar de suor a minha história
E fazer das tripas coração
Conviver com marés e pés de vento
E ver no que vai dar
Todo momento vale o risco
De buscar a paz que me fará
Anoitecer pra ter um brilho
No olhar ao acordar no ventre da manhã
De dia partirei
Sete dias sem parar, por aí
Pra ver o sol se pôr
Em outro lugar
Meu ponto de partida
É uma questão de vida e eu
Só saberei viver se estiver por lá
Encharcar de suor a minha história
E fazer das tripas coração
Conviver com marés e pés de vento
E ver no que vai dar
Todo momento vale o risco
De buscar a paz que me fará
Anoitecer pra ter um brilho
No olhar ao acordar no ventre da manhã
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Letras de Música
Vênus da Estrada
Quem me dera, quem me dera
Ser o resto de uma fera
Pra poder te devorar
Fazer as curvas no destino
Criar um céu pro sol a pino
E em meus braços te alcançar
Fortaleza de um menino
Quem me dera, quem me dera
Ser o elo de uma era
Pra poder te conquistar
Viver a guerra e o armistício
Sendo sóbrio no teu vício
Me prender me abandonar
Nessa luz do teu ofício
Como raposa em sua astúcia
Enfrento a Prússia de um escuro mar
Cavo com as mãos a minha mina
Na luz de lamparina de um luar
Há sempre uma erva daninha
Pra quem deixou de sonhar
Asas que se podam não podem voar
Quem me dera, quem me dera
Ser a voz que prolifera
Das fronteiras do desejo
Ando louco por teu beijo
Ando louco por provar
Fruta viva, fruta ardente
Tentação de anjo cadente
Quem me dera, quem me dera
Ser o aço de uma esfera
Um iceberg derretido nos pólos de coração
Bordar os passos na calçada,
Com os Vênus dessa estrada
Brilho de constelação
Como raposa em sua astúcia
Enfrento a Prússia de um escuro mar
Cavo com as mãos a minha mina
Na luz de lamparina de um luar
Há sempre uma erva daninha
Pra quem deixou de sonhar
Asas que se podam não podem voar
Quem me dera, quem me dera
Ser o resto de uma fera
Pra poder te devorar
Fazer as curvas no destino
Criar um céu pro sol a pino
E em meus braços te alcançar
Fortaleza de um menino
Quem me dera, quem me dera
Ser o elo de uma era
Pra poder te conquistar
Viver a guerra e o armistício
Sendo sóbrio no teu vício
Me prender me abandonar
Nessa luz do teu ofício
Como raposa em sua astúcia
Enfrento a Prússia de um escuro mar
Cavo com as mãos a minha mina
Na luz de lamparina de um luar
Há sempre uma erva daninha
Pra quem deixou de sonhar
Asas que se podam não podem voar
Quem me dera, quem me dera
Ser a voz que prolifera
Das fronteiras do desejo
Ando louco por teu beijo
Ando louco por provar
Fruta viva, fruta ardente
Tentação de anjo cadente
Quem me dera, quem me dera
Ser o aço de uma esfera
Um iceberg derretido nos pólos de coração
Bordar os passos na calçada,
Com os Vênus dessa estrada
Brilho de constelação
Como raposa em sua astúcia
Enfrento a Prússia de um escuro mar
Cavo com as mãos a minha mina
Na luz de lamparina de um luar
Há sempre uma erva daninha
Pra quem deixou de sonhar
Asas que se podam não podem voar
domingo, 30 de novembro de 2008
Sob as águas
Infelizmente não tivemos como registrar aqui neste blog comemorações pelo aniversário de Carlinhos, no dia 17 de novembro nem relembrar sua perda, que completa aniversário a cada 18 de novembro. Sua terra natal sofre com uma catástrofe, uma enchente impiedosa…
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Itajaí
Nas comemorações dos 148 anos Itajaí é tua ausência o que mais faz falta. Impossível lembrar da cidade, sem mencionar a tua história. Mais um inverno, mas o calor da tua obra reluz em todos os corações.
"… que o azul do céu
e o sol se encarregam de azular…"
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Empty Sunday
“A história da música Empty Sunday se resume assim: na época em que morei nos EUA, quase todos os dias passava por mim um rapaz e me cumprimentava. Foi assim por alguns meses, até que o camarada desapareceu. Muito tempo depois, num domingo, eu saía de um supermercado com a Aninha, já colocava as compras no carro quando um sujeito se aproximou. Ele me chamou a atenção por que estava todo maltrapilho, cheirando mal. Veio pedir dinheiro. Pude reconhecer perfeitamente, ele era o camarada que sempre me dizia oi. Cheguei em casa com aquele sentimento de vazio, não conseguia parar de pensar. Há pouco tempo, a gente era jovem, estava inteiro e agora assim, acabado. Peguei o violão e começaram a sair as notas tristes da canção...”
depoimento de Carlinhos Niehues durante show Antigo Lugar, em 1993, na Univali, Itajaí, SC.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
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